suacompanheira:
“Diversão, o que é isso? Acho que eu nunca tive. Não
me lembro ao certo o que significa. Disseram-se me significa sair com
os amigos, farrear e viver muito bem a vida. Até que me recordo de
momentos assim, mas faz tanto tempo que não me lembro por completo…
Muita coisa mudou durante alguns meses, todo final de ano me faço a
mesma promessa de que irei melhorar, fazer sempre a coisa certa, não me
envolver, não me entregar, não amar, mas só que dessa vez, quebrei minha
promessa. Vi-me completamente entregue a quem nem se importa comigo de
verdade. Acreditei em palavras e gestos clichês, sabe, sorrisos,
olhares, abraços, beijos na bochecha, conversas melosas. E isso me
deixou com tanta raiva desse maldito garoto, mas fiquei com mais raiva
de eu própria por ser tão boba de ficar caída por qualquer um dos olhos
encantados e sorrisos aconchegantes. Fazia tempo que eu não sofria por
alguém e algum tempo atrás isso aconteceu novamente, ficar chorando
pelos cantos é tão chato, mas eu não consigo parar… Tento ficar
calma, manter a tranquilidade pra tentar esquece-lo só que parece
impossível, havia me esquecido que quando a gente ama fica bem mais
complicado esquecer a outra pessoa. É como ser dependente e ou
odeio ficar dependendo de outra pessoa pra seguir em frente, pra ser
feliz, pra dar outra oportunidade pra vida. E sendo sincera antes
desse sentimento surgir eu me sentia em um conto de fadas, fazia o que
eu queria sem me importar com opiniões alheias, vivia rindo e fazendo os
outros rirem por mais vergonhosa que eu seja. Já sinto falta disso, sinto falta de não sofrer, sinto falta de chorar de alegria e sinto principalmente falta de não amar. Depois que o encontrei até o amor próprio foi se desgastando, foi se doando tudo a ele.
Entregou-se a um canalha de meia tigela. Talvez tenha restado um pingo
de amor próprio, mas não o suficiente pra me fazer sentir melhor. Agora
estou naquela fase de ficar me corroendo por dentro, sentindo aquela
maldita amargura, mas que droga viu, eu faria de tudo pra voltar atrás
para ter impedido esse sentimento, ou melhor, esse encontro entre nós
dois. E agora me resta amadurecer mais um pouco e esfriar a cabeça,
fazer o que eu sempre fiz quando eu era magoada, ler um livro, sair pelo
menos para um balada, deixar a música alta entrar na minha cabeça e
tomar conta dela. Vou fazer tudo aquilo que eu costumava fazer
quando estava a beira do precipício para poder novamente voltar a ser o
que era antes, esperta e feliz.
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